quarta-feira, 3 de junho de 2009

patriotic act (or not)

muitas vezes pergunto-me se sou patriota... outras pergunto-me se eu sei o que é o patriotismo, e se ser patriota ainda faz sentido nos dias que correm. Desde pequena que vibro com o meu país, echo que não há melhor sítio pra criar uma família.
Mas nunca percebi - nem achava a mínima graça - àquela história, meio anedota,(espero) que o meu pai contava em pequena...

patriota patriota era aquele tipo que na batalha de ??? segurava o estandarte e, ao ficar sem um braço, passou o estandarte para o outro, e ao ficar sem o outro, nem assim largou, segurou-o com os dentes...

ora esta história sempre me irritou (e sim, se se estão a perguntat que raio de histórias contava o meu pai a uma criança, este é o tacto do senhor)... o meu patriotismo tinha-me dado para pegar no bracinho que me restava e dar de frosques... isso faz de mim uma traidora, uma cobarde? desculpem lá, mas eu acho que isso faz de mim esperta... porque um estandarte não passa de tecido bordadito, e uma pessoa é muito mais do que um ideal de conjunto, de pseudo-identificação que se desvanece sempre que é conveniente...

faz de mim esperta e sincera, porque tenho a certeza que o sujeito não tinha a mínima hipótese de escapar, e preferiu promover-se a mártir, do que ficar no anonimato do soldado desconhecido... ou então foi pura e simplesmente teimoso, e não quis dar o prazer ao inimigo de levar a melhor...

é por isso que eu não sei o que é patriotismo, e provavelmente ninguém sabe... porque este se confunde com o orgulho, a teimosia e a soberba... confundem-se, entrelaçam-se e muitas vezes levam à demagogia e intolerância...

outro tipo de patriota é aquele que pensa que só ficando é que se ajuda o país... primeiro: porque é que eu hei de querer ajudar o país se o país não me deixa ajudar, não me dá condições para realizar as minhas ideias e projetos...
segundo: que dever tenho eu de ajudar os meus compatriotas, quando este conceito tanto abarca os nossos mais próximos, quanto um Sócrates, um Pinto da Costa ou um Pedroso?? o que é que estes três manfios têm feito por mim, ou pelo meu país?

terceiro; porque é que o ficar é mais patriota do que o ir? será que o Vasco da Gama n era patriota... é que esse FOI... será que o patriotismo também não passa pelo abrir de horizontes, pelo querer saber mais e fazer melhor, pelo estreitar de laços com um mundo...será que não podemos dar o braço a torcer para perceber que os outros estão melhores do que nós, e que há que aprender com eles e tirar conclusões para depois podermos aplicar no nosso país...

ou se calhar o melhor é esquecer as fronteiras convencionais e começar a perceber que chineses, americanos ou europeus, somos todos pessoas, e que a nossa pátria deve ser aquela que nos faz feliz...