quinta-feira, 24 de novembro de 2011

momento ABRUPTO de mudança de registo! em breve retomaremos futilidades e lamechices!


Eu tento ignorá-la, mas vou ter que falar da Europa, desta crise que eu nunca pensei assistir na minha vida!

Está muita gente a passar ao lado do problema! como sempre, o Ser Humano foca-se no imediato, e esquece, ou não quer ver, a verdadeira questão.

Na minha singela opinião, que vale apenas uma entrada neste blog esquizofrénico, e nada mais que isso, a ideologia dos anos 90 afastou a honestidade e permitiu que uma geração de políticos de moral duvidosa ascendesse ao poder.

Na evolução do ideário político europeu, o povo fez um "full-circle" e retomou o básico e ajavardado "rouba, mas faz". Esqueceu com pressa os estadistas da fundação da Europa, que se focavam, não só na economia, mas na construção de uma ética comum. Vendeu-se ao desbarato a um Zapatero e a um Papandreu (ambos sem qualquer norte político), a um Berlusconi ninfomaníaco, e um Sócrates com licenciatura de vão de escada.

É necessário que o povo europeu se cure deste descaso com a moral dos políticos. A propaganda desses líderes falhados é sempre feita à custa de endividamentos e promessas utópicas que, no final, nos assombram em dobro! É imprescindível que não voltemos a cair no vazio intelectual que elegeu uma esquerda sem ideologia e, do outro lado do espectro político, um populismo debochado, preconizado por um Berlusconi, ou, à escala portuguesa, um Alberto João...

Urge desligar o automatismo histórico de ciclos de direita e reações de esquerdismos baratos, para verdadeiramente ESCOLHER projectos sensatos e líderes honestos. Para isso há que se ter sempre presente que:

1. A res publica é para ser preservada, mas todas as promessas megalómanas, toda a enxurrada de investimento público põem em causa o verdadeiro Estado social: o tal que garante saúde, educação, reformas, e redução da pobreza.

2. Espectros políticos à parte,  não existem "pilotos automáticos",  e os maus políticos (entenda-se, fracos), conduzirão sempre os Estados a situações insustentáveis, por mais poderosos que estes últimos sejam! Veja-se uma Alemanha, que sempre andou a reboque dos acontecimentos, ou uma Espanha que "permite" níveis impensáveis de desemprego. Em situações extremas (estou a pensar no Sr. Berlusconi), devemos ainda ter em conta que a distinção homem-privado/homem-político  é ténue a princípio e nula a final!



Eles não deveriam ter cometido tantos erros. Deveriam ter sido mais corajosos, mais unidos internamente e mais duros na política externa, na imposição de uma alternativa europeia às regras do capitalismo norte-americano.

Nós não os deveríamos ter elegido! A crónica falta de memória histórica e o laxismo democrático trouxeram-nos aqui! Não cometamos o mesmo erro nunca mais.

Porque toda a crise revela uma oportunidade, que a Europa caminhe para uma União mais intensa, verdadeiramente supra-nacional, nunca unilateral, SEMPRE dignificando sua matriz comum - histórica, política, cultural e ÉTICA - que talvez só se constate com a distância e a saudade desta Europa tão complexa, e por isso tão genial!