sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

D.A.N.C.E




To dance with all my soul
To dance the Whole Wide World

To dance 'till death do us part...
And, after that, to dance wherever we are!

Just DANCE. nothing else matters when you're doing it!

domingo, 22 de janeiro de 2012

escárnio em código "morsa"

Pausa na lamechice paea denunciar um velho hábito português... ou simplesmente Lisboeta, não sei dizer! E também não sei como ainda não fizeram um sketch sobre isto, porque eu esbarro neste tique  a cada esquina que dobro... e de tão patético, dá-me vontade de rir!

Esta é uma tendência primavera-verão-outono-inverno muito em voga ali pelos lados do meu bairro, e de muitos mais bairros da nossa querida Lisboa... e desde criança que a ouço, principalmente no cabeleireiro, e penso na patetice que é adoptar uma tendência quando esta não nos favorece, só nos diminui aos olhos dos incrédulos e desconfortáveis clientes.

Estou a falar  da mania irritante de estar a atender alguém e a comentar com o funcionário do lado as "vacas do dia" (tipo belle du jour, só que ao contrário, 'tão a ver?). Só isto já seria irritante, MAS o refinamento atinge proporções épicas quando o escárnio é arremessado em meias frases, palavras soltas e olhares de quinze minutos.

Exemplo:

- OLHA, (cabeça atirada na direcção da recepção, onde está "la vache du jour") tás a vê-la, não tás... depois conto-te....

(olhar estático de quinze minutos para o "kelega", lábio ligeiramente arrepenhado e sobrolho franzido, enquanto a cadeira vai subindo ao som de um nhéc nhéc nhéc)

(concentro-me na revista, mas os famosEs continuam os mesmos desde que nasci, e com a mesma postura: mal-vestidos e parasitários. Opto por gozar o quadro vivo, em vez do quadro Ana mais atrevida...btw, RIP para essa bela revista)

- Isto assim, filho, tá bonito... OH menina, quer escadeado?

(bolas, nem percebi que era para mim)

- AHMMM, Um bocadinho, em baixo, mas nada daqueles cortes à estrela da novela da TVI, se faz favor!

Diz o cabeleireiro do lado:

-  Mas foi ela... ou àà'migaaaaa??? (olhar irónico, seguido de risada).... aiiiii filha, c'até a Varrac'aVana, como dizia o outroooo.

(mais um olhar de meia hora... começo a temer pelo meu cabelo)

-Oh Sandro, tu sabes perfeitament' c'uma anda a reboque da outraaa... é o padre e o sacristão...

-Aaiiii menina, isto tá mallll... sabe que eu sofro de "retmísia", não posso ver certas coisas, não é Antónioo?

Risada dupla e olhar intimidatório para a "vache qui rit".

(Pera, que o início da frase era para mim outra vez. Opto por um diplomático sorriso amarelo, para não atirar achas para a fogueira do Parque-Mayer-meets-hairdresser. Para minha alegria, os secadores calam-se, e o cabelo não sofreu danos de maior)."


Ando a levar com estes quadros desde que nasci, a cada lugar que vou.



E de cada vez que volto, deparo-me com mais cenas do género. Aqui há bem pouco tempo, no supermercado, a funcionária "começa-me" a enviar "recados" para o pequeno Sandro (pronto, chamemos-lhe António, porque este é um blog despreconceituoso... aproveito para mandar um grande bem haja a todos os Sandros leitores deste blog).
Bicho-do-mato que sou, fui incapaz de dizer o que me apetecia, que era qualquer coisa como:

-"Minha senhora. Se quiser, pode parar de trabalhar para comentar com o Antoninho. Eu não me importo de abdicar de cinco minutos para a senhora destilar o rancor que sente por certos e determinados colegas. Dito isto, acho desnecessário lançar meias frases, em código "morsa" e por cima da minha cabeça, por dois motivos: 1. Toda a gente da fila percebe, e não vamos propriamente associar o nome à funcionária da caixa cinco, ou fazer queixinhas ao gerente. 2. Ao falar por cima da minha cabeça, claramente não vê que já registou os bróculos três vezes."

Apesar de nada ter dito, devo dizer que não resisti a impedir a funcionária de ver o.... ANTÓNIO, pondo a minha cabecita sempre no seguimento do olhar da primeira... até que ela me brindou com um mudo e seco "dá licença?!", e eu, impassível, apenas devolvi um uppercut em forma de   "olhe que bróculos em excesso acabam por fazer mal à saúde...".


Um dia eu chego lá e digo o que penso! Ou se calhar, é capaz de não ser boa ideia!



segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

in the arms of the Ocean!


Hoje vou voltar a fazer um mix perigoso, que talvez ponha alguns leitores de cabelos em pé... mas comecei a ler o livro "o Princípe e a Lavadeira", do Padre Nuno Tovar de Lemos, e apaixonei-me à primeira história... pela simplicidade, pelo narrar do necessário, do complexo tornado simples através da perspectiva do amor!

"O peixe e o mar" é uma metáfora magistral, que explica o desafio da meditação, do conhecimento interior, a busca de uma transcendência, nesta vida que só vê a superfície.

Enquanto lia lembrei-me da música "Never let me go", da maravilha que é "ouvir com olhos de ler" o novo Ceremonials, da nova diva chamada Florence Welch. Tenho um post guardado sobre ela, mas artigos mais altos se levantam!

Não sei se concordam, mas eu acho que tem tudo a ver! a versão do CD é, quanto a mim, ainda melhor, mas blogs intimistas pedem canções acústicas.


E o livro pede que o leiam. Para vosso bem!



Texto extraído do livro O Príncipe e a Lavadeira, de Nuno Tovar de Lemos, sj - Ed. Paulinas, 2005

"Uma vez pediram a um peixe para falar do mar.
- Fala-nos do mar - disseram-lhe.
- Dizem que é muito grande o mar - respondeu o peixe. - Dizem que sem ele morreríamos. Não sou o peixe mais indicado para vos falar do mar. Eu, do mar, só conheço bem são estes dez metros à superfície. É só deles que vos posso falar. É aqui que passo o meu tempo, quase sempre distraído. Ando de um lado para o outro, à procura de comida ou simplesmente às voltas com o meu cardume. No meu cardume não se fala do mar. Fala-se das algas, das rochas, das marés, dos peixes grandes e perigosos, dos peixes pequenos e saborosos e de que temperatura fará amanhã. O meu cardume é assim: eles vão e eu vou atrás deles.
- Mas tu, que és peixe, nunca sentiste o mar?
- Creio que o sinto, às vezes, passar por minhas guelras. Umas vezes o sinto, outras não. Às vezes o sinto, quando não me distraio com outras coisas. Fecho os olhos e fico sentindo o mar. Isso tudo de noite, claro, para que os outros não vejam. Diriam que sou louco por dar tempo ao mar."

(...)

"É difícil ver as coisas que estão longe. Mas ainda é mais difícil ver aquelas que estão realmente perto. Até já pensei que talvez seja por causa disso que é difícil ver Deus, não porque ele esteja longe de nós mas, pelo contrário, por estarmos muito perto dele, talvez dentro dele, como O PEIXE E O MAR."

Para vocês (you know who), que apesar desta vida louca, nunca vêem só a superfície, e estão em mim como o peixe no mar!





terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Acordes, cidades e reencarnações!


Quem deu a ideia para este post foi o Herman José, um dos meus mais recentes "amigos" do facebook.... eu devo dizer, antes de mais, que adoro o Herman, continuo a adorar, e rejeito com todas as minhas forças a tese do "já teve graça, mas está um ordinarão!". O Herman continua com lampejos de génio, com interpretações amalucadas e uma presença inigualável, que sempre me faz rir!

Passada esta ode a Herman José, hoje deparei-me com um post do dito que me pôs a pensar...

Se eu reencarnasse em música, que música seria?

Claro que quem conhece bem o Herman sabe que ele reencarnava no "Alfie"... para fãs de Herman, esta resposta seria de nível básico!

Depois de muito pensar, acho que eu reencarnava nesta música... porque adoro o intro, a pianada com acordes disco, o crescendo e a voz sublime da vocalista dos Odissey.

Porque me remete para a vida cosmopolita: para o sentimento de liberdade, e ao mesmo tempo adrenalina...

Porque nas grandes cidades, os desafios são mais suados, mas é um preço bem baixo a pagar para quem quer escrever a sua história numa folha em branco, para quem quer sonhar mais e abraçar esse mundo conservado em selva de pedra.

Porque a canção fala de Nova Iorque, o epíteto de grande cidade... porque apesar não voltar a "casa" há anos, continuo a amar Nova Iorque, a agarrar-me a memórias de três visitas inesquecíveis... Porque até tenho medo de voltar, como quem tem medo de rever uma grande paixão, por saber que as grandes paixões nunca adormecem, apenas se aquietam dentro do coração

Porque descobri esta canção na banda sonora desta série, que eu nunca vou esquecer, que era mais que uma série sobre quatro mulheres amalucadas... era um tratado sobre a condição feminina, sobre as relações amorosas e de amizade nos dias que correm!

Escrito isto, acabo de descobrir mais uma resolução para 2012: porque nem todas as resoluções têm que ser chatas, este ano vou voltar a ver o sex and the city TODO... imediatamente após a cura do vício Downton Abbey!  

E lembrem-se: um bom ano também se faz com boas músicas e boas séries!  

From Lisbon, with love!

Lisboa este ano está mais bonita! Não tem as sazonais luzes de Natal, a ofuscar condutores e a constipar as crianças, coagidas a irem para a rua ver lâmpadas porque os papás acham "catita" .

Acabou-se a papa doce! acabaram-se os "senhores de ascendência hindu e/ou Paquistanesa" (dito assim porque este é um blog respeitável e despreconceituoso) a venderem patos de língua sinistra e bandoletes de rena em pleno Terreiro do Paço. Acabaram-se as pirosadas de "quem tem a maior árvore de Natal", qual a rua mais histericamente decorada, ou qual a família mais embonecada com anéis cintilantes e camisolas com renas bordadas!

Lisboa é, e sempre foi, como aquelas irritantes das revistas (tipo Bundchens ou Ambrósios), que estão no seu melhor quando saem à rua de t-shirt normalíssima e sem maquiagem... ao contrário delas, Lisboa não é burra (continuo a agarrar-me à ideia de que atrás daquelas cabecitas milionárias não há um neurónio para amostra... a hipótese B da minha cabeça é elas estarem pejadas de celulite e aquilo ser tudo photoshop).

A minha cidade tem uma beleza sublime, carrega em si a simplicidade do belo e do autêntico.

Lisboa recebe a crise de cabeça erguida, mostra a sua dignidade e não baixa os braços: as comidas continuam maravilhosas, e a mulherada ataca brutalmente os saldos, confirmando que não há dinheiro no mundo que pague o bom-gosto, e que se a Europa tem uma identidade, esta também passa pela classe e o comprometimento à moda (e no nosso coração cabe sempre mais um parzinho de sapatos)!

Os homens, ui, esses continuam lindos... devo dizer que se continua a lavar a vista a cada esquina!

Para já é isto que consigo escrever... porque a cada vez que venho cai-me o mundo no colo, de tal forma que fico sem tempo para escrever, sem fôlego para reagir ou pensar em floreados lexicais para presentear este meu/vosso blog...

Votos de um bom ano! Que 2012 traga muita paz de espírito e muito Espírito Santo para pensarmos o melhor e fazermos o correcto!